O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) realizou na manhã desta sexta-feira (16) a terceira fase da Operação Abutres, que investiga possíveis fraudes em pedidos de indenização destinados à Fundação Renova. A entidade foi criada para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, ocorrido em novembro de 2015, em Mariana (MG), considerado um dos maiores desastres ambientais do país.
A ofensiva teve como alvos os municípios de Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, e Aimorés, em Minas Gerais. Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. A operação tem como foco o Sistema Indenizatório Simplificado (NOVEL), ferramenta criada pela Fundação Renova para agilizar o pagamento das compensações às vítimas, mas que, segundo o MPES, estaria sendo usada de forma fraudulenta por determinados grupos.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, computadores, mídias eletrônicas e outros materiais que podem auxiliar nas investigações. Em um dos endereços, os agentes também encontraram quantias em dinheiro: R$ 12 mil em espécie, 760 euros (equivalente a cerca de R$ 4,8 mil) e três cheques totalizando R$ 88 mil.
A operação foi conduzida por promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco-Norte), com o apoio de 22 agentes da Assessoria Militar do MPES, além de integrantes do Gaeco de Ipatinga (MG) e militares da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). As investigações seguem sob sigilo judicial e, até o momento, não houve prisões.