A Fundação Renova, instituída para reparar e compensar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, lançou este mês o tour virtual das obras do reassentamento coletivo de Bento Rodrigues. O objetivo é dar mais transparência, visibilidade ao processo de construção e prestar contas às famílias atingidas e à sociedade em geral.
O tour virtual contém links para visão 360° do terreno, topografia, projetos 3D dos bens públicos, textos informativos com imagens atualizadas semanalmente sobre itens como as igrejas, posto de saúde, escola, entre outros. O andamento das obras poderá ser acompanhado por vídeos de time-lapse atualizados mensalmente.
O ambiente virtual reúne fotografias e vídeos 2D ou 3D. A ferramenta é intuitiva e tem as funções de distanciamento e aproximação. As câmeras captam cerca de 40 fotos por dia para produção dos vídeos de time-lapse. O usuário pode fazer o acompanhamento aéreo da obra, além de passear pelo terreno.
O tour virtual, disponível no site www.fundacaorenova.org, pode ser acessado de qualquer computador e celular - pelos navegadores Chrome, Opera, IE, Firefox ou Safari -, com a possibilidade de utilização de óculos de realidade virtual.
O link das obras de Paracatu de Baixo, o segundo subdistrito atingido pelos rejeitos, deve ir ao ar neste mês de setembro.
Andamento reassentamentos coletivos
Em Bento Rodrigues, o atendimento a cada futuro morador é feito por um arquiteto contratado pela Fundação Renova para formulação do projeto conceitual das casas. A proposta das moradias deve garantir condições de habitabilidade e acessibilidade e o respeito ao modo de vida familiar e comunitário. Somente depois de chegar a um resultado satisfatório pelos moradores, o projeto é considerado pronto para ser avaliado, para fins de emissão de alvará pela Prefeitura de Mariana.
Até o momento, foram protocolados 83 projetos básicos de casas na Prefeitura de Mariana, dos quais 18 receberam alvarás.
As obras da infraestrutura de Paracatu de Baixo começaram no final de julho. Os dois subdistritos devem mobilizar cerca de 4 mil trabalhadores no pico das construções.
Todas as ações de reparação, definidas em conjunto com os próprios moradores, respeitam os aspectos sociais, econômicos e individuais. O modelo aprovado prevê não apenas a reconstrução das casas, mas também a retomada do modo de vida e das relações de vizinhança.
A Fundação Renova realiza processo coletivo e deliberativo determinado para tomada de decisões, estabelecido nas diretrizes do reassentamento definidas com a comunidade, comissão de atingidos, assessoria técnica, com acompanhamento do Ministério Público.