Um plano alternativo de reestruturação para a Samarco, joint venture entre a Vale (VALE3) e o Grupo BHP, propõe que os credores financeiros assumam o controle da companhia.
O plano apresentado por um grupo de detentores de títulos deve substituir a proposta de reestruturação da dívida da Samarco, que foi rejeitada no mês passado.
O grupo de credores, que inclui gestores de ativos como Oaktree Capital, Silver Point Capital, GoldenTree Asset Management LP e Solus Alternative Asset Management, espera que a maior parte da dívida de 4 bilhões de dólares seja convertida em capital.
Renato Franco, fundador da empresa de reestruturação Integra Associados, que assessora credores, estima que os credores deterão cerca de 90% da empresa após a reestruturação.
Espera-se que os acionistas Vale e BHP peçam ao tribunal de falências o direito de voto sobre o plano. Se voto deles não for autorizado, o plano dos credores poderá ser facilmente aprovado.
Os credores estão propondo antecipar prazos para aumentar a produção e acelerar a geração de fluxo de caixa. O plano tem como meta dobrar a produção de minério de ferro até 2024, para 14 milhões de toneladas anuais, e atingir a capacidade total em 28 milhões de toneladas anuais até 2026. O plano dos acionistas prevê que esse volume seja alcançado até 2029.
Tito Martins, ex-executivo da Vale que assessora credores da Samarco e pode se tornar presidente da empresa, disse que investimentos em tecnologia de mineração mais segura permitiriam um aumento mais rápido da produção.
A Samarco entrou em recuperação judicial ao lidar com as consequências do rompimento da barragem de 2015 na cidade de Mariana, em Minas Gerais, que matou 19 pessoas e causou grandes danos ambientais. A empresa retomou a produção no ano passado.
Depois de melhorar o fluxo de caixa, assessores de credores, Integra Associados e banco de investimentos Houlihan Lokey podem tentar vender a empresa para um investidor estratégico, acrescentou Martins.
Reuters