Por: Hynara Versiani
Durante a 27ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Ouro Preto, realizada na terça-feira (22), vereadores cobraram explicações da Prefeitura sobre a gestão do contrato com a Cooperativa de Serviços de Transporte de Bens (CSTB), especialmente em relação à ausência de repasse dos lucros aos cooperados nos últimos anos.
A Representação nº 99/2025, apresentada pelo vereador Luiz Gonzaga do Morro (PSB), solicita que a Secretaria de Planejamento informe se há previsão para a partilha das sobras financeiras da cooperativa e quando esse repasse será feito. “Não se trata apenas de uma questão financeira, mas de respeito ao trabalho dos cooperados. Se os lucros fossem divididos, eles poderiam até renovar seus veículos”, argumentou o parlamentar.
Vereador Luiz Gonzaga do Morro
Luiz Gonzaga também criticou a exigência recente de troca de caminhões em um curto período. Segundo ele, os motoristas receberam apenas dez dias para realizar a substituição dos veículos, o que considera inviável. “Trocar um caminhão de 300 mil reais em dez dias é irreal. Um prazo mínimo de quatro a seis meses seria mais razoável”, sugeriu.
O presidente da Câmara, vereador Vantuir Silva (Avante), reforçou a necessidade de um acompanhamento contínuo do contrato da CSTB com o município. Para ele, o cumprimento das cláusulas contratuais deve ir além dos pagamentos mensais. “A cooperativa tem responsabilidades que precisam ser respeitadas. A divisão de lucros é uma delas e precisa ser tratada com seriedade pela Prefeitura”, declarou.
Presidente da Câmara de Ouro Preto, Vantuir Silva
De acordo com Vantuir, a Secretaria de Planejamento é a responsável pela fiscalização do contrato firmado com a cooperativa. O presidente recomendou que a Comissão de Administração e Serviço Público intensifique o monitoramento do caso.
Luciano Barbosa (MDB) foi direto ao afirmar que a responsabilidade é do Executivo. “A Prefeitura é quem regula o contrato. Não pode deixar a gestão nas mãos da empresa sem supervisão. Se houver falhas, tem que notificar, multar e garantir o cumprimento do acordo”, destacou.
O vereador Renato Zoroastro (PSB) também defendeu os cooperados, dizendo que a CSTB não pode exigir sem cumprir. “Há cobrança por parte da cooperativa, mas há também obrigações a serem respeitadas, como a divisão de lucros. O cooperado tem direitos”, afirmou. Renato ainda sugeriu que seja verificado o montante de tributos pagos pela cooperativa ao município.
Para o vereador Alex Brito (PDT), o debate não deve se limitar a queixas pontuais. “É preciso aprofundar o acompanhamento para garantir que os cooperados estejam protegidos e que o serviço prestado à cidade continue com qualidade”, avaliou.
Vereador Alex Brito
A Representação será enviada à Prefeitura por meio da Comissão de Administração e Serviço Público, que deve solicitar oficialmente as informações sobre o cumprimento das cláusulas contratuais, incluindo a prestação de contas da CSTB e a regularização da partilha de lucros.