Os Correios lançam, nesta quinta-feira (19), uma emissão postal especial em homenagem a Paulo Freire. Os eventos de lançamento do selo e do carimbo comemorativo ocorrem simultaneamente nas capitais paulista e pernambucana. Em São Paulo, a celebração da memória desse humanista será realizada na Câmara Municipal, às 19h30. Em Recife, as homenagens ganham a Concha Acústica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), às 18h30, durante a abertura do XII Colóquio Internacional Paulo Freire, em parceria com o Centro Paulo Freire.
A arte do selo usa técnica inspirada nas obras de artistas populares, expressas em gravuras da literatura de cordel. Paulo Freire é representado como camponês, portando estandarte, no qual está escrito um dos muitos conceitos freirianos, o “Inédito Viável”. Parece contradição, porém é mais um neologismo dele para fazer a sociedade pensar: Inédito, isto é, nunca aconteceu; mas Viável, porque é possível fazer acontecer. O desenho foi feito com tinta nanquim e colorido digitalmente. Com tiragem de 96 mil selos, a peça está disponível nas principais agências dos Correios no País e na loja virtual, ao valor de R$ 2,55 (primeiro porte de carta).
Paulo Freire foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior. Recebeu o título de doutor Honoris Causa por mais de 40 universidades, tanto nacionais, como a Unicamp e a PUC-SP, quanto estrangeiras, como as Universidades de Genebra, Madri e Lisboa. Foi ganhador do “Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento” (Bélgica, 1980), do “Prêmio UNESCO da Educação para a Paz” (1986) e do “Prêmio Andres Bello”, da Organização dos Estados Americanos, como Educador dos Continentes (1992), entre outros.
Nascido em 19 de setembro de 1921, no Recife, deu início à sua trajetória na filosofia educacional em 1958, na tese de concurso para a Universidade do Recife. Mais tarde, atuou como professor de História e Filosofia da Educação na mesma instituição e suas primeiras experiências de alfabetização vieram em Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1963.
Em seus trabalhos, ele identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação.
Foi exilado no Chile durante a ditadura militar e, em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard. Durante a década de 1970, foi consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, na Suíça, atuando também na consultoria educacional de vários governos, principalmente na África. Nos anos 1980, lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, tornou-se secretário de Educação no município de São Paulo, implementando uma educação pública, popular e democrática.
Paulo Freire faleceu em 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio. O Acervo Paulo Freire, mantido no Centro de Referência Paulo Freire pelo Instituto Paulo Freire (www.memorial.paulofreire.org)