Uma tempestade severa, prevista pela meteorologia, atingiu a cidade de Mariana na noite de 19 de março, por volta das 22 horas, marcando dramaticamente a transição do verão para o outono. Com um índice pluviométrico surpreendente de 64 mm, a tempestade trouxe mais do que apenas água: trouxe um teste de resiliência para a população e os serviços de emergência da cidade.
O Secretário Adjunto da Defesa Civil de Mariana, Welbert Stopa, destacou que, em apenas 10 minutos de chuva, um volume considerável de água foi registrado, causando preocupação imediata entre as autoridades e moradores. O Complexo do Cabanas, especialmente a rua Barroca, foi um dos locais mais afetados, com enxurradas fortes que invadiram imóveis e acumularam lama até quase 1 metro de altura, evidenciando a força da natureza em momentos de transição climática.
Apesar dos transtornos, a resposta do poder público foi rápida e eficaz. A Defesa Civil recebeu dez chamados relatando diversas ocorrências e mobilizou-se imediatamente para atender aos chamados. Felizmente, apenas danos materiais foram registrados, sem vítimas ou desabrigados. No entanto, os danos não foram insignificantes: a Escola Dom Oscar sofreu o colapso de um muro devido ao represamento de água, provocado por uma falha no sistema de drenagem, resultando em um grande acúmulo de lama nas dependências da escola. A enxurrada também atingiu a creche do bairro Santa Rita, deixando um cenário de sujeira e desolação.
A mobilização para limpeza e recuperação dos locais afetados começou de imediato. Equipes da prefeitura, acompanhada da Defesa Civil, foram às ruas ainda na noite da tempestade para avaliar os estragos. Já pela manhã seguinte, todas as secretarias, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e forças de segurança estavam mobilizadas na limpeza e na desinfecção das áreas atingidas.
Destaca-se o esforço incansável da Quarta Turma da Guarda Municipal (GCM), que trabalhou sem medir esforços para acelerar os trabalhos de limpeza, demonstrando a força e a união da tropa em momentos de adversidade. A tempestade, apesar de seus desafios, reforçou o espírito de resiliência e cooperação entre os moradores de Mariana, mostrando que, mesmo diante das forças da natureza, a cidade está preparada para enfrentar e superar as adversidades. São as águas de março fechando o verão. Como diz a canção de Tom Jobim.
