Na Farmácia de Minas, localizada na rua Wenceslau Brás em Mariana, pacientes relatam a falta crônica de medicamentos essenciais, um problema que compromete severamente o tratamento de indivíduos com doenças autoimunes, como a artrite reumatoide. Durante uma visita na manhã desta quinta-feira (15), nossa equipe de reportagem confirmou a ausência do medicamento Leflunomida, crucial para o controle contínuo da doença.
Uma das pacientes, que preferiu manter anonimato, expressou sua angústia diante da situação: desde dezembro, ela tenta, sem sucesso, obter o medicamento na unidade de Mariana, enfrentando dificuldades pela falta do tratamento. "Já sinto minhas articulações mais comprometidas pela ausência do medicamento. Não disponho de R$700,00 mensais para adquiri-lo por conta própria. Estou há dois meses sem acesso ao remédio aqui em Mariana", desabafa.
Especialistas alertam para os riscos severos decorrentes dessa escassez. A interrupção do tratamento por apenas 20 dias pode resultar na perda total da eficácia do medicamento, provocando dores intensificadas e deterioração da mobilidade. Pacientes anteriormente estáveis agora enfrentam o agravamento de suas condições.
Em resposta à crise, o secretário de saúde Leandro Ferreira aponta para a responsabilidade do governo estadual no fornecimento desses medicamentos de alto custo. Segundo ele, servidores municipais são enviados semanalmente a Belo Horizonte na tentativa de obter os remédios necessários, embora alguns continuem indisponíveis sem previsão de reposição.
Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), no telefone 155, a aquisição dos medicamentos é realizada pelo Ministério da Saúde, responsável pela distribuição desses insumos aos estados. Em seguida, cabe às secretarias municipais de saúde disponibilizá-los aos pacientes previamente cadastrados.
Atualmente, a SES-MG está no processo de aguardo pela remessa desses medicamentos por parte do Ministério da Saúde, com o objetivo de prosseguir com a distribuição para as diversas regionais de saúde em todo o estado.
Notamos que a situação evidencia um desafio crítico no sistema de saúde pública de Minas Gerais, colocando em risco a saúde e bem-estar de seus cidadãos mais vulneráveis.
