Polícia Civil investiga condutas de cirurgiões plásticos na capital


17/11/2021 às 20h12

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nessa quinta-feira (11/11), a primeira fase da operação Beleza Tóxica, com o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte. As investigações apontam quatro crimes de homicídios — um consumado e três tentados —, provocados durante procedimentos de cirurgia plástica.

 

Conforme explica a delegada Ana Paula Kich Gontijo, da 4ª Delegacia de Polícia Civil Centro, os crimes teriam ocorrido em duas clínicas de estética, nas quais eram realizados procedimentos de com aplicação de PMMA - substância não indicada para procedimentos estéticos de aumento de glúteos-, em ambientes sem condições de bloco cirúrgico, colocando em risco a vida das pacientes.

 

“Uma das vítimas faleceu no momento da aplicação do produto, em janeiro de 2020, em uma clínica da Região Centro-Sul. Desde então, o local foi interditado. Outra vítima, de 32 anos, em quadro clínico grave, teve seu diagnóstico dissimulado pelos investigados como Covid-19, com suposto objetivo de ocultar os danos à saúde da paciente e evitar responsabilidade em caso de eventual óbito”, revela a delegada, que ainda completa, “Ela chegou a ser internada em isolamento em um hospital onde o próprio médico a atendeu em seu dia de folga. A família suspeitou do fato e, mesmo com resistência dos investigados, a transferiu para outro hospital por meio da intervenção de um advogado”.

 

No novo hospital, a vítima ficou em coma por cerca de 20 dias e foi descoberta a ação dissimuladora dos suspeitos. São investigados pela PCMG dois médicos, que não possuem habilitação em cirurgia plástica, e uma biomédica.

 

Duas clínicas, nas quais eram realizados procedimentos foram alvos de buscas, ocasião em que foi possível arrecadar diversas substâncias, seringas/aplicadores utilizados nos procedimentos, documentos, notas fiscais e comprovantes de aquisição dos produtos.

 

A ação foi acompanhada pela perícia técnica do Instituto de Criminalística (IC) da PCMG e por fiscais da Vigilância Sanitária (VS) de Belo Horizonte. As

investigações continuam aguardando o laudo do IC e o parecer da VS, também a apresentação de eventuais vítimas.

Fonte: PCMG Foto Arquivo PCMG


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