Com a crise hídrica enfrentada pelo país e a queda do nível dos reservatórios de hidrelétricas, a conta de luz terá uma taxa extra ainda mais elevada em julho. O aumento da bandeira tarifária vermelha patamar 2 - anunciado nesta terça-feira (29) - vai pesar no bolso da famílias e representar uma alta de 5,45% na conta do próximo mês na comparação com junho.
Nesta terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2 para as contas de julho. A cobrança passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, uma alta de 52%.
Segundo a Aneel, o acionamento além do previsto de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia em 2021 vai custar R$ 9 bilhões aos consumidores. De janeiro a abril deste ano, o uso emergencial dessas usinas já custou R$ 4,3 bilhões.
Com o reajuste, uma família que consome 152 kWh por mês, por exemplo, terá uma conta de luz no valor de R$ 124,59 em julho quando começa a vigorar a bandeira vermelha patamar 2. Em junho, antes do aumento, esse valor foi de R$ 118,15.
Os cálculos foram feitos por Marcos Rosa dos Santos, professor de engenharia elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Eles já levam em conta os custos com PIS, Cofins e ICMS. As projeções desconsideraram tributos municipais.
O forte impacto da crise hídrica nas contas de luz também fica evidente quando se faz a comparação considerando a hipótese de a bandeira verde estar em vigor, portanto, sem a cobrança de valor extra.
Em junho, por exemplo, com a bandeira verde, uma família gastaria em torno de R$ 105,79. Nesse cenário, haveria um alta de 17,7% em julho.
Dados do Ministério de Minas e Energia apontam que o consumo de eletricidade no Brasil deve crescer a uma taxa média de 2,1% ao ano entre 2019 e 2030, sendo que a demanda doméstica deve avançar 44% neste intervalo.
Segundo Luiz Carlos Pereira, professor de engenharia elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o próprio aumento da conta de luz deve frear o consumo de energia dos brasileiros, uma vez que o orçamento das famílias já está comprometido pela alta inflação do país.
"Estamos utilizando um recurso de emergência. Se quisermos ter uma matriz elétrica renovável, a disponibilidade energética do país vai ter de acompanhar sua capacidade de geração de energia", afirmou o engenheiro.
Veja dicas para economizar energia:
Entre os vilões da conta de luz estão equipamentos que consomem energia para gerar calor, como chuveiro elétrico, secadora de roupas, aquecedor e ferro de passar (veja no vídeo acima).
Eletrodomésticos tradicionais também aumentam os gastos, principalmente geladeira, micro-ondas, freezer e lavadora de roupas.
- Trocar lâmpadas fluorescentes por lâmpadas led;
- Apagar as luzes durante o dia;
- Reduzir tempo de banho para, no máximo, 5 minutos;
- Passar apenas as roupas necessárias;
- Desligar equipamentos em desuso da tomada;
- Diminuir a temperatura da geladeira no inverno;
- Se possível, trocar eletrodomésticos antigos por modelos novos.
Fonte: G1