Um grupo de conselheiros do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) pediu, na tarde desta sexta-feira (11), vista no processo que analisa a autorização para a Samarco voltar a minerar no estado. Eles argumentaram que precisam de mais tempo para analisar o parecer da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) favorável a empresa responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, em 2015.
A próxima reunião deve ser daqui a duas semanas. O parecer da secretaria tem mais de 350 páginas e foi encaminhado aos conselheiros para análise e voto. O pedido de vista foi feito por cinco dos 11 conselheiros.
Logo no início da reunião, a ambientalista Maria Teresa Corujo pediu a palavra e fez críticas ao parecer da secretaria. “No nosso entendimento, da forma que foi apresentado no parecer da supre [superintendência da Semad], as questões relacionadas com as estruturas que tem rejeito hoje, mesmo que eles digam que não vão receber mais rejeitos, mas elas estão lá, são a montante. Teve trincas em 2015. E as estruturas novas que vão receber rejeito, esses aspectos não foram devidamente tratados na forma que deveria ser para garantir 100 por cento que a retomada da Samarco não vá trazer novas situações igual o que aconteceu em 2015”, afirmou.
As licenças da Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, estão suspensas desde outubro de 2016. Em novembro de 2015, a barragem de Fundão se rompeu, despejando 51milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. Dezenove pessoas morreram. A lama destruiu o distrito de Bento Rodrigues, poluiu o rio doce e chegou até o mar.
Os conselheiros que pediram vista precisam agora apresentar um relatório com os argumentos, as dúvidas em relação ao processo. A próxima reunião está marcada para o dia 25 deste mês, e a votação só poderá ser adiada de novo por decisão do presidente da Câmara de Atividades Minerárias.
A Samarco informou que o processo de licenciamento operacional corretivo segue todos os ritos previstos na legislação. E que trabalha para retomar as operações de forma gradual, sem barragem de contenção de rejeitos.
Fonte G1