A Vale iniciou a dragagem dos rejeitos de trecho do rio Paraopeba impactado pelo rompimento da barragem B1. Esse processo é fundamental para a recuperação do rio. O planejamento é que as atividades de dragagem sigam até julho de 2020, começando na confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba e seguindo por cerca de 2 km a jusante deste ponto. Nesse trecho, estima-se que estejam depositados entre 300 mil m³ e 350 mil m³ do material que vazou da B1.
Para executar a dragagem, a empresa realizou a limpeza da área por meio da remoção de materiais e galhadas e só iniciou as ações após inspeção e liberação do Corpo de Bombeiros. Além disso, todas as ações realizadas no rio contam com um plano de monitoramento previamente validado pelos órgãos ambientais e diariamente reportado a eles. Para o processo de dragagem foram instalados oito pontos de monitoramento de água e sedimentos na área de influência da atividade.
A dragagem não é a única ação de remoção dos rejeitos de áreas impactadas. Desde o rompimento da B1, o trabalho de remoção é feito cuidadosamente e o planejamento dessa atividade é desenvolvido em conjunto com o Corpo de Bombeiros. Até agora, entre a B1 e a nova ponte da avenida Alberto Flores, foram removidos cerca de 750 mil m³ de material.
Sistema integrado
Após a dragagem, a água é bombeada por tubulação para bolsas geotêxteis (geobags), que têm a função de reter o rejeito dragado. A água sairá pelos poros drenada dessas bolsas e, na sequência, passará por processos de precipitação, filtragem e adsorção química. Esses procedimentos têm como objetivo separar os sólidos que ainda podem estar presentes na água após ela passar pelas bolsas geotêxteis.
A água, então, será devolvida tratada e dentro dos padrões legais ao rio Paraopeba. Os sólidos nos tubos geotêxteis serão monitorados, classificados e integrados ao meio ambiente através de reaterro e revegetação de toda área.
Capacidade de tratamento vai dobrar
O tratamento da água dragada será realizado na nova Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) implantada pela Vale. A ETAF Lajinha, como foi batizada, tem capacidade para tratar 2,25 milhões de litros por hora, ou 54 milhões de litros por dia. Com isso, a capacidade total da empresa para tratar água em Brumadinho mais que dobrará, uma vez que a empresa já opera outra estação na região, a ETAF Iracema (Ferro-Carvão), com capacidade de tratamento de 2 milhões de litros por hora (48 milhões de litros por dia).
O sistema de captação e tratamento de água da ETAF Lajinha conta com duas dragas, uma bacia de tratamento, uma bacia pulmão (água tratada), uma planta química, seis bombas centrifugas e 10 filtros. Durante a fase de construção, a ETAF Lajinha gerou 310 empregos, privilegiando a contratação de mão de obra de Brumadinho e região, e o efetivo operacional previsto será de 24 pessoas, trabalhando 24 horas por dia, durante todos os dias da semana.
A atividade de dragagem e a implantação do sistema de tratamento de água integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela Vale aos órgãos públicos, após o rompimento da barragem B1, na mina Córrego do Feijão. A ETAF tem como objetivo reduzir a turbidez da água e devolvê-la tratada ao rio.