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Secretário de Diversificação Econômica, Tecnologia e Inovação Mariana (Foto: ASCOM-PMM)

Pressão imobiliária e população flutuante elevam custo de vida em Mariana com inflação quase três vezes maior que a nacional

Boletim Econômico revela que habitação responde pela maior parte da alta e mostra como a população flutuante impacta preços e serviços públicos.

Mariana registrou inflação acumulada de 3,19% entre maio e outubro de 2025, quase o triplo da média brasileira no mesmo período (1,22%). Os dados, apresentados no 1º Boletim Econômico de Mariana, elaborado pelo Observatório Econômico Municipal, revelam que o principal fator para essa disparidade é a combinação entre pressão imobiliária, atividades mineradoras e crescimento populacional não contabilizado.

Habitação dispara e explica a maior parte da inflação local

A análise do Índice de Preços ao Consumidor de Mariana (IPC-MARIANA) mostra que o grupo Habitação, responsável por 22,15% da cesta de consumo, exerce o maior impacto na inflação do município. Segundo o Boletim, a alta demanda por imóveis — impulsionada pela presença de milhares de trabalhadores temporários trazidos por mineradoras e empreiteiras — elevou o custo médio do aluguel para R$ 1.800 a R$ 2.500.

Em 2015, imóveis semelhantes custavam até R$ 1.200, e, mesmo corrigidos pela inflação nacional, deveriam estar hoje entre R$ 1.600 e R$ 1.800. A diferença mostra um aumento acima da média do mercado brasileiro.

O grupo Alimentação e Bebidas, com 27,25% de peso no índice, também pressiona o orçamento das famílias das classes C, D e E, predominantes no município.

Outros itens registrados no gráfico incluem:

  • Transporte e Comunicação (17,34%) – único grupo com impacto deflacionário em outubro, graças ao Programa Tarifa Zero.
  • Saúde e Cuidados Pessoais (15,55%) – outro segmento que pesa no orçamento de uma população crescente e envelhecida.
  • Educação e Despesas Pessoais (7,35%), Vestuário (5,40%) e Artigos de Residência (4,96%) – categorias que também sofrem variações influenciadas pela dinâmica econômica da cidade.

População flutuante desequilibra oferta de serviços e preços

Um dos pontos centrais da análise é o descompasso entre a população oficialmente contabilizada pelo IBGE — 65.506 moradores — e a população real estimada, que pode chegar a 115 mil pessoas. A prefeitura já emitiu 105 mil cartões do SUS, evidenciando a presença de uma população não registrada oficialmente.

Essa discrepância gera:

  • Aumento no consumo de bens e serviços, pressionando preços.
  • Demanda elevada por moradia, que eleva o valor dos aluguéis.
  • Sobrecarga em saúde, educação e transporte, encarecendo operações públicas.

A Lei 3.937/2025, que exige que mineradoras informem o número de trabalhadores temporários, foi criada justamente para permitir maior previsibilidade e reduzir impactos.

Tarifa Zero ajuda a frear parte da inflação

Com participação significativa no IPC, o grupo Transporte e Comunicação apresentou variação negativa graças ao Programa Tarifa Zero.

De acordo com o Observatório, cada trabalhador economiza R$ 143 por mês, ou R$ 1.723 ao ano, equivalente a um “14º salário” para famílias de baixa renda. O benefício também estimula o comércio local ao aumentar a circulação de pessoas.

O Boletim Econômico será atualizado periodicamente e servirá como base para políticas públicas voltadas ao ordenamento urbano, habitação, mobilidade e mercado de trabalho. Para o secretário Pedro Mol, compreender o comportamento dos preços é essencial para que Mariana consiga planejar de forma eficiente em um cenário marcado pela dependência da mineração, oscilações de mão de obra e forte pressão demográfica.

O Observatório Econômico, construído em parceria com o IMDS e a UFOP, se consolida como ferramenta estratégica para enfrentar o maior desafio atual do município: controlar os impactos da população flutuante e reduzir distorções que elevam o custo de vida dos marianenses. Boletim completo será publicado dia 24 próximo.

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