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Foto: Rádio Real

Secretário Marlon Figueiredo destaca avanços e desafios da gestão em Mariana durante entrevista à Rádio Real

Em conversa com os apresentadores Romiseira e Rodrigo Guerra, o secretário de Planejamento, Fazenda e Governança falou sobre mobilidade, repasses e finanças do município. O Território Notícias preparou um resumo especial com os principais pontos da entrevista.

Gestão enfrenta queda de receitas e busca transparência fiscal

Em entrevista concedida à Rádio Real de Ouro Preto, no dia 12 de novembro de 2025, o secretário de Planejamento, Fazenda e Governança de Mariana, Marlon Figueiredo, fez um balanço sobre a situação financeira, administrativa e urbana do município.
A conversa foi conduzida pelos apresentadores Romiseira e Rodrigo Guerra, que receberam o secretário no estúdio da emissora para uma análise franca sobre os desafios da atual gestão.

Marlon afirmou que a equipe da Prefeitura encontrou, logo no início de 2025, um cenário delicado: um orçamento superestimado deixado pela administração anterior e déficit acumulado de cerca de R$ 60 milhões ao longo do ano.
Segundo ele, apenas o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) superou as expectativas de arrecadação, enquanto o ICMS, o FPM e a SEFEM — compensação financeira pela exploração mineral — apresentaram fortes quedas.

“O orçamento que recebemos não correspondia à realidade de arrecadação. Tivemos que replanejar praticamente tudo”, explicou o secretário.

A SEFEM, estimada em R$ 18,4 milhões por mês, arrecadou em média R$ 13 milhões, o que representa uma perda de mais de R$ 41 milhões em dois quadrimestres. Marlon atribuiu o recuo à oscilação internacional do preço do minério, à variação cambial e à redução da produção das mineradoras.

Dependência da mineração e necessidade de diversificação

Durante a entrevista, Marlon destacou que mais de 80% da economia de Mariana ainda depende diretamente da mineração.
“Acabar com a mineração seria uma insanidade. A cidade desabaria, como vimos após o rompimento de Fundão”, afirmou.

Apesar disso, o secretário defendeu a diversificação econômica como estratégia essencial para o futuro do município. Ele citou o Distrito Empresarial de Mariana, atualmente em obras, que abrigará 14 novos empreendimentos, além do Hospital Universitário e do novo prédio do SENAI. “Será um novo polo de desenvolvimento, próximo à saída das mineradoras. Um projeto antigo que agora se torna realidade”, destacou.

Marlon também mencionou o investimento de R$ 9 bilhões da Samarco na região — o maior da história da empresa —, e defendeu que os projetos sejam conduzidos com responsabilidade ambiental e compromisso social.

Gestão fiscal e programas de regularização

Com foco em justiça fiscal e recuperação de receitas, o secretário apresentou o REFIS Municipal, programa que permite aos contribuintes quitar débitos com 100% de anistia de juros e multas em pagamentos à vista, ou com descontos progressivos em parcelamentos.

Mariana acumula cerca de R$ 53 milhões em dívida ativa, e a meta da gestão é recuperar parte desses recursos para investir em obras e serviços essenciais.

Marlon explicou que o município também elabora um Plano de Regularidade Fiscal, que exigirá das empresas contratadas pela Prefeitura a comprovação de adimplência tributária. “Quem presta serviço para o município deve estar regular com o município. É o mínimo”, pontuou.

Incentivos à economia local e fortalecimento de pequenas empresas

Para estimular o desenvolvimento econômico e gerar empregos, a Prefeitura lançou programas voltados ao fortalecimento do comércio e das microempresas locais:

  • Construindo Juntos: reserva até 25% de subcontratações obrigatórias de empresas marianenses em obras públicas.
  • Prospera Mariana: prioriza fornecedores locais no fornecimento de alimentos e materiais, beneficiando os distritos e reduzindo o êxodo rural.
  • Prospera Mariana Digital: incentiva a modernização tecnológica e inclusão de pequenas empresas nas compras públicas.

Segundo Marlon, essas iniciativas, em parceria com o SEBRAE, já fortalecem a economia e promovem a inclusão produtiva local.

População flutuante pressiona serviços públicos

Outro tema central da entrevista foi o crescimento desordenado da população de Mariana.
Embora o IBGE registre cerca de 64 mil habitantes, dados municipais indicam que a cidade atende a uma população entre 105 e 110 mil pessoas, com 115 mil cartões do SUS ativos — um indicativo da forte pressão sobre os serviços públicos.

“Essa diferença impacta o trânsito, a saúde e a assistência social. É difícil planejar quando os repasses federais são baseados em uma população que não corresponde à realidade”, observou.

Para enfrentar o problema, a Prefeitura criou a Lei de Controle da População Flutuante, que obriga empresas a informarem a origem, hospedagem e período de permanência dos trabalhadores temporários. A medida busca melhor planejamento urbano e revisão dos repasses federais (FPM), tornando-os mais condizentes com a população atendida.

Trânsito e responsabilidade social das mineradoras

Marlon também abordou o caos no trânsito marianense, especialmente nos horários de pico, e relacionou o problema ao aumento da população e à chegada de trabalhadores de fora.

“As mineradoras precisam ajudar a planejar a cidade, como faziam no passado. Antes, elas construíam bairros estruturados para seus funcionários. Hoje, isso não ocorre mais, e o resultado são ocupações irregulares que sobrecarregam a infraestrutura”, criticou.

Ele defendeu que a responsabilidade social das empresas não se limite ao pagamento de compensações financeiras, mas inclua investimentos em habitação, segurança e mobilidade urbana.

Modernização administrativa e tecnologia

Na área administrativa, o secretário apresentou ferramentas tecnológicas que modernizam a gestão pública:

  • Aplicativo Conecta Mariana, que oferece serviços como emissão de certidões, guias de IPTU e acompanhamento de demandas;
  • Assistente virtual “Mari”, via WhatsApp, que automatiza atendimentos e facilita o acesso da população;
  • Prêmio Nova Mariana, que valoriza servidores inovadores — o projeto vencedor propôs o uso de inteligência artificial por secretaria, para respostas automatizadas e eficientes ao cidadão.

Marlon também destacou o programa Pratas da Casa, voltado à valorização dos servidores municipais. A iniciativa mantém um banco de currículos internos, permitindo que secretarias aproveitem melhor as formações e talentos dos funcionários públicos.

Críticas à repactuação federal e à Fundação Renova

Sobre o acordo federal de repactuação do desastre de Fundão, Marlon Figueiredo foi enfático ao classificá-lo como “ridículo”.
Segundo ele, o valor destinado a Mariana — R$ 1,2 bilhão em 20 anos — é desproporcional diante dos danos causados. Por isso, o município optou, assim como Ouro Preto, por não assinar o acordo e seguir com ações judiciais internacionais.

Ele também confirmou que a Fundação Renova está em processo de extinção, com a Samarco assumindo diretamente as obrigações de reparação. Parte dos antigos funcionários da Renova foi incorporada à mineradora, garantindo a continuidade das ações e a manutenção de empregos.

Visão de gestão e legado

Encerrando a entrevista, Marlon afirmou não ter pretensões políticas e ressaltou o caráter técnico de seu trabalho.
“O serviço público existe para melhorar a vida das pessoas, não para piorar. É preciso fazer gestão com carinho, planejamento e respeito”, declarou.

O secretário elogiou a liderança do prefeito Juliano Duarte, a quem atribuiu a condução de uma gestão sensata, transparente e comprometida com obras estruturais e equilíbrio fiscal.

A entrevista de Marlon Figueiredo, conduzida por Romiseira e Rodrigo Guerra na Rádio Real de Ouro Preto, apresentou uma visão ampla da atual gestão municipal:
uma administração que busca realismo fiscal, inovação tecnológica e responsabilidade social, equilibrando os efeitos da mineração com o desenvolvimento urbano sustentável.

Entre a contenção de gastos, a modernização da máquina pública e a valorização dos servidores, Mariana se reposiciona para crescer de forma organizada, eficiente e humana — um desafio que o secretário define como “construir o futuro com os pés no chão e os olhos no bem coletivo”.

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