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Justiça de Londres decide nesta sexta (14) responsabilidade da BHP pelo rompimento da barragem de Fundão

Ação coletiva que envolve mais de 600 mil atingidos pode resultar em impacto bilionário para sócias da Samarco e marcar um capítulo decisivo no caso Mariana.

O Tribunal Superior de Londres divulgará nesta sexta-feira (14) a decisão que definirá se a mineradora BHP será responsabilizada pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ocorrido em 2015. O resultado representa o primeiro julgamento de mérito da maior ação coletiva ambiental já apresentada à Justiça inglesa, movida por mais de 600 mil atingidos.

A ação foi proposta pelo escritório britânico Pogust Goodhead e tramita desde 2022, reunindo vítimas de Minas Gerais e Espírito Santo, além de pescadores, indígenas, municípios e empresas impactadas pelo desastre que liberou milhões de metros cúbicos de rejeitos ao longo da bacia do Rio Doce.

A fase de depoimentos que compõe a primeira etapa do julgamento ocorreu entre outubro de 2024 e março de 2025, reunindo especialistas, atingidos e representantes das mineradoras. O processo corre no Reino Unido devido ao argumento dos autores de que, naquele país, seria possível garantir um julgamento mais célere e independente sobre a atuação da BHP.

A Vale, sócia da BHP na Samarco, acompanha de perto o desfecho e avalia como “remotas” as chances de condenação da parceira estrangeira, embora reconheça que uma eventual responsabilização poderá gerar impactos financeiros expressivos. Caso a Justiça inglesa confirme a culpa da BHP, o processo seguirá para uma segunda fase a partir de outubro de 2026, quando serão discutidos os valores indenizatórios.

“Esta decisão tem potencial para redefinir a responsabilização ambiental no cenário global, especialmente quando grandes corporações atuam de forma transnacional”, afirmou um porta-voz do escritório Pogust Goodhead. Já representantes da defesa sustentam que a atuação da mineradora seguiu “padrões de segurança reconhecidos internacionalmente”, argumentando que “não há elementos para atribuir responsabilidade direta à companhia”.

O rompimento da barragem de Fundão deixou 19 mortos, destruiu comunidades inteiras como Bento Rodrigues e provocou danos ambientais que seguem sendo monitorados quase uma década depois. Organizações que acompanham o caso consideram a decisão do Tribunal de Londres um passo crucial para acelerar reparações consideradas insuficientes por parte dos atingidos.

O resultado esperado para esta sexta-feira poderá redefinir os rumos do processo internacional e influenciar ações judiciais no Brasil. Se a responsabilização for confirmada, comunidades atingidas aguardam que a fase seguinte do julgamento finalmente estabeleça valores capazes de reparar, ainda que parcialmente, os impactos sociais, ambientais e econômicos deixados pelo maior desastre socioambiental do país.

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