Fumaça já afeta bairros próximos e mobiliza bombeiros, brigadistas e funcionários do parque; chuva fina traz esperança no combate às chamas
Um incêndio de grandes proporções mobilizou bombeiros, brigadistas e funcionários do Parque Estadual do Itacolomi na tarde desta segunda-feira (22). As chamas atingiram as margens da BR-356, rodovia que liga Mariana a Ouro Preto, e chegaram a provocar a interdição temporária da via no início da noite. O trânsito ficou congestionado e motoristas precisaram buscar rotas alternativas pela região de Passagem de Mariana.
De acordo com relatos no local, a vegetação seca e os ventos fortes facilitaram a propagação do fogo, dificultando o trabalho das equipes. A situação se agravou em dois pontos distintos: na divisa entre Mariana e Ouro Preto e também no sentido Ouro Preto–Santa Rita, onde a declividade do terreno torna o combate ainda mais complexo.

Moradores dos bairros Bauxita e Saramenha, em Ouro Preto, já relatam sentir os efeitos da fumaça. “O cheiro é muito forte, e a visibilidade ficou prejudicada em alguns momentos”, contou uma moradora que preferiu não se identificar.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 90% da área do Parque do Itacolomi está dentro do território de Mariana, o que aumenta o risco de as chamas avançarem em direção à região da Serrinha. A chegada de uma chuva fina, registrada já no início da noite, trouxe alívio e a esperança de que as chamas possam ser controladas nas próximas horas. “A precipitação pode ajudar bastante, mas ainda não é possível afirmar se será suficiente para debelar o incêndio por completo”, explicou um brigadista que atua no local.
Além do impacto ambiental, a interdição da BR-356 preocupa motoristas e moradores da região, já que a rodovia é uma das principais ligações entre os dois municípios históricos. Longas filas se formaram, e veículos leves foram orientados a seguir pelo desvio em Passagem de Mariana.

Incêndios florestais têm se tornado cada vez mais frequentes no período de estiagem em Minas Gerais. De acordo com dados do Instituto Estadual de Florestas (IEF), mais de 70% dos registros de queimadas no estado ocorrem entre agosto e outubro, quando a combinação de baixa umidade e ventos fortes cria condições críticas para a propagação do fogo.
As autoridades orientam que a população evite queimadas irregulares e redobre os cuidados em áreas de vegetação. O monitoramento do incêndio segue ao longo da noite, e a expectativa é de que a continuidade da chuva contribua para o controle definitivo das chamas.