Projeto prevê R$ 5,5 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos; parte dos recursos virá do Acordo de Mariana para duplicação de trechos estratégicos.
O futuro da infraestrutura rodoviária que liga a Região Metropolitana de Belo Horizonte à Zona da Mata mineira será definido nesta quinta-feira (18), durante leilão na B3, em São Paulo. Dois grupos estão na disputa pela concessão do Lote Via Liberdade, que compreende 190,1 quilômetros de trechos das rodovias BR-356, MG-262 e MG-329.
As propostas foram apresentadas pela Houer Concessões e pelo Consórcio Via Liberdade, formado por seis empresas do setor de construção. A vencedora ficará responsável pela administração das vias durante 30 anos, com investimento total estimado em R$ 5,5 bilhões. Desse montante, R$ 3,6 bilhões serão aplicados em obras de ampliação e duplicação, enquanto R$ 1,9 bilhão será voltado para serviços de manutenção, operação e melhorias na segurança viária.
Segundo o projeto, a maior parte das intervenções deverá ocorrer entre o terceiro e o sexto ano de contrato. Além disso, o governo de Minas Gerais destinará R$ 2 bilhões, provenientes do Acordo de Mariana, para obras complementares, com prioridade para a duplicação da BR-356. Essa rodovia é estratégica por atravessar 11 cidades impactadas pelo rompimento da barragem da Samarco em 2015, incluindo Ouro Preto, Mariana, Barra Longa e Itabirito.
O modelo de concessão segue o formato de Parceria Público-Privada (PPP), semelhante ao utilizado no Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte, que também recebeu recursos de reparação de tragédias ambientais.
O projeto prevê a instalação de quatro praças de pedágio: duas na BR-356 (em Itabirito e Ouro Preto), uma na MG-262 (em Acaiaca) e outra na MG-329 (em Ponte Nova).
A escolha da vencedora será feita pelo critério do menor valor de contraprestação — o aporte financeiro do Estado à concessionária. Caso a proposta vencedora fique abaixo de R$ 1,5 bilhão, a empresa terá que depositar o valor de desconto em uma conta vinculada ao contrato.
Com a concessão, a expectativa é reduzir congestionamentos, melhorar a segurança e impulsionar a economia regional, especialmente no turismo, beneficiando cidades históricas como Ouro Preto e Mariana. O resultado do leilão deve ser divulgado ainda hoje, e as primeiras obras estão previstas para iniciar em 2026.